‘Sindicatofobia’: O desafio invisível que ameaça a luta por direitos trabalhistas

Data de publicação: 16 Abr 2025


Em entrevista à Revista Brasileira de Direito Sindical (RBDS), José Reginaldo Inácio, presidente da CNTI e diretor da NCST, alerta para a aversão ao sindicalismo e os obstáculos à proteção social da classe trabalhadora.

A luta por direitos trabalhistas nunca foi fácil, mas, nos últimos anos, os desafios enfrentados pelos sindicalistas ganharam um novo nome: Sindicatofobia. Esse termo, cunhado por José Reginaldo Inácio, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI) e diretor de Formação Sindical da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), descreve a aversão, o medo e até o ódio direcionados aos sindicatos e aos sindicalistas. Em entrevista exclusiva à primeira edição da Revista Brasileira de Direito Sindical (RBDS), Inácio detalha como essa fobia tem impactado a luta por direitos sociais e a proteção da classe trabalhadora.

Os desafios do sindicalismo na atualidade

Para Inácio, o sindicalismo enfrenta dois grandes desafios: a recuperação da liberdade e autonomia sindical e o combate à Sindicatofobia. Ele explica que, desde a reforma trabalhista de 2017, os sindicatos perderam parte significativa de sua capacidade de atuação, tanto política quanto financeira. "A reforma precarizou as relações de trabalho e criou obstáculos para a arrecadação de recursos, enfraquecendo a estrutura sindical", afirma.

Além disso, o presidente da CNTI denuncia a criminalização da ação sindical e a perseguição aos sindicalistas, que muitas vezes são vistos como "inimigos hereditários" dentro e fora do ambiente de trabalho. "O sindicalista é tratado como alguém que só causa problemas, e não como quem luta por melhores condições de trabalho e de vida", destaca.

O que é a Sindicatofobia?

Inácio define a Sindicatofobia como uma aversão irracional aos sindicatos e aos sindicalistas, alimentada por setores da sociedade que enxergam essas entidades como obstáculos aos interesses do capital. "Essa fobia se manifesta de várias formas: desde a perseguição no trabalho até a deslegitimação da ação sindical na mídia e na política", explica.

Ele cita exemplos concretos, como a pressão psicológica sobre sindicalistas, a desconfiança dos colegas de trabalho e até a falta de apoio familiar. "Muitos sindicalistas enfrentam dificuldades até dentro de casa, onde a dedicação ao sindicato é vista como uma perda de tempo ou uma fonte de problemas", relata.

Impactos na saúde mental e na luta sindical

A Sindicatofobia não afeta apenas a estrutura dos sindicatos, mas também a saúde mental dos sindicalistas. "Eles vivem sob constante pressão, lidando com hostilidade no trabalho, desconfiança dos colegas e, muitas vezes, a falta de apoio da própria família", diz o Presidente da CNTI. Esse cenário tem levado muitos sindicalistas a desenvolverem transtornos como ansiedade e depressão, agravando ainda mais o desgaste físico e emocional.

Como combater a Sindicatofobia?

Para Inácio, o combate à Sindicatofobia exige um esforço coletivo. "Precisamos conscientizar os trabalhadores sobre a importância dos sindicatos, denunciar práticas antissindicais e pressionar por mudanças na legislação", afirma. Ele também defende que os sindicatos se reinventem, buscando novas formas de engajamento e mostrando que estão ao lado dos trabalhadores.

Mensagem final: resistir é preciso

Ao final da entrevista, o Diretor de Formação Sindical da NCST deixa uma mensagem de resistência para os sindicalistas: "Não podemos desistir. A luta sindical é árdua, mas é necessária. A solidariedade, a união e a organização coletiva são nossas maiores ferramentas. E, acima de tudo, precisamos cuidar da nossa saúde física e mental para continuarmos firmes nessa jornada".

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Fonte: Assessoria de Comunicação da CNTI
 
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