Brasileiros voltam à extrema pobreza com política recessiva de Temer
Data de publicação: 25 Out 2017As receitas que não são recebidas com o trabalho, incluindo benefícios sociais como o Bolsa Família, representaram quase 60% da redução no número de pessoas que viviam abaixo da linha da extrema pobreza durante a década de ascensão.
Mais e mais brasileiros são jogados de volta à miséria, por conta da política do governo Temer
O Banco Mundial calcula que cerca de 28,6 milhões de brasileiros saíram da pobreza entre 2004 e 2014. Mas a entidade também avalia que, em 2016, entre 2,5 milhões e 3,6 milhões de pessoas voltaram a viver abaixo do nível de pobreza com menos de R$ 140 por mês.
Esses números provavelmente estão subestimados, segundo a economista Monica de Bolle, do Instituto Peterson para Economia Internacional. Eles não refletem o fato de que muitos brasileiros de classe média baixa que ascenderam durante os anos de prosperidade estão novamente de volta à pobreza.
Horas a fio
Segundo economistas, o alto índice de desemprego e os cortes em programas sociais poderão agravar os problemas. Em julho, o último mês para o qual há dados disponíveis, o desemprego se aproximava de 13%. Um aumento significativo em comparação com os 4% do final de 2004. Filas de desempregados estendendo-se por quarteirões se multiplicam; quando empresas anunciam que estão contratando.
Quando uma universidade do Rio ofereceu empregos de baixa qualificação com um salário mensal de R$ 1.260, milhares de pessoas apareceram. Muitas chegaram durante a madrugada e esperaram por horas a fio, debaixo de chuva.
Ao mesmo tempo, as pressões para equilibrar as contas públicas e as políticas conservadoras do presidente de facto, Michel Temer, têm levado a cortes em série nos programas sociais. Entre os mais afetados está o Bolsa Família. A iniciativa foi responsável pela redução da pobreza durante a década de explosão econômica.
Banco Mundial
As receitas que não advêm do trabalho, incluindo benefícios sociais como o Bolsa Família, representaram quase 60% da redução do número de pessoas que viviam abaixo da linha da extrema pobreza durante a década de ascensão.
Os dados foram divulgados pelo economista Emmanuel Skoufias, do Banco Mundial. Um dos autores do relatório sobre os “novos pobres” do Brasil.
Fonte: Correio do Brasil